domingo, 8 de julho de 2007

Apresentação

ALG projetos acústicos



No que diz respeito à qualidade de vida, o ruído indesejado encontra-se no topo da lista de preocupações de milhões de pessoas. Em termos de efeitos, o ruído pode provocar entre uma irritação menor e um importante fator de tensão com todas as implicações para a saúde que a acompanham.

Cada recinto, conforme sua utilização, requer critérios bem definidos de Níveis de Pressão Sonora e de reverberação para permitir o conforto acústico e/ou eliminar as condições nocivas à saúde.

Normalmente um bom projeto acústico prevê o isolamento e a absorção acústica utilizadas com critérios bem definidos, objetivando a melhor eficácia no resultado final. Para isto, deve-se levar em consideração o desempenho acústico dos materiais a serem aplicados; sua fixação, posição relativa à fonte de ruído e facilidade de manutenção, sem restringir a funcionalidade do recinto.

A aplicação de um material acústico, fornecido ou utilizado sem critérios rígidos de projeto, não significa a solução do problema.

Os problemas de ruído normalmente encontrados nestes ambientes, são originados pela reverberação excessiva das variações da fala (natural ou microfonada), da música (ao vivo ou reproduzida) e do ruído dos eventuais equipamentos (impressoras, ventiladores, ar condicionado) presentes no ambiente, e que encontram nas superfícies lisas, de teto (gesso, concreto), paredes (alvenaria, gesso, vidro) e piso (cerâmica, cimento, madeira), as condições ideais de reverberação excessiva que impedem a boa inteligibilidade e o conforto acústico.


Uso / Aplicação
Paineis para absorção sonora desenvolvidos especialmente em Lã de vidro, para uso suspenso em ambientes industriais, ginásios, superlojas, e salas de máquina, que possuam elevada altura de teto e que exijam excelente estética e altíssima segurança ao fogo.

Benefícios
Contribui decisivamente na adequação acústica de ambientes para cumprimento das legislações de conforto ambiental. De fácil instalação, é a melhor relação custo-benefício no tratamento acústico de ambientes desta categoria.

Segurança ao fogo : NBR 9442/1986 - Classe A e IT10. Materiais de Construção - Determinação do Índice de Propagação Superficial de Chama pelo Método do Painel Radiante e ensaio de determinação da densidade ótica específica de fumaça pela norma ASTM E 662-92.


A energia elementar de um som é conhecida como o seu nível de pressão de som, sendo medida em decibéis (dB). Uma alteração de 1 dB é a menor alteração do nível de som que normalmente pode ser detectada pelo ouvido humano. As percepções dos níveis de som não são lineares, sendo por isso, a escala de decibéis logarítmica. Para a generalidade das pessoas, um nível de 0 dB representa o limiar da audição e 120 dB o limiar da dor.

Os resultados em decibéis de alguns sons comuns são apresentados no seguinte diagrama:

Diagrama


Ruído

O ruído excessivo pode causar estresse pela estimulação do Sistema Nervoso Simpático, provocando irritabilidade e diminuindo o poder de concentração. Dessa forma, o ruído pode ter um efeito físico e/ou psicológico, ambos capazes de desencadear a reação de estresse. Este fator estressante pode produzir alterações em funções fisiológicas essenciais, como é o caso do sistema cardiovascular.

O ruído também pode influenciar outros hormônios, como a testosterona, por exemplo, e dessa forma, pode ter efeitos prolongados sobre o organismo, considerando que as alterações hormonais são sempre de efeito mais longo. Experiências com pilotos de aeronaves na Argentina demonstraram que, ao ficarem expostos aos ruídos de alta intensidade das turbinas aéreas, sua produção de testosterona reduziu-se pela metade. Além disso, foi relatada uma forte correlação entre a perda de audição devida a ruídos e a concentração plasmática de magnésio.


A Lei Ambiental Municipal, que rege o controle da Poluição Sonora , que estabelece níveis máximos de ruído internos para cada um dos 3 períodos: diurno (7-19 horas), vespertino (19-22h) e noturno (22-7h), de acôrdo com a Lei atual do Uso e Ocupação dos Solos (Álvares e Pimentel-Souza, 1992).

As medições internas no período diurno nas Bibliotecas mostraram um Leq variando de 53,4 a 68,2 dB(A) e nos Auditórios, Leq entre 51,1 dB(A) e 66,5 dB(A). Poucas vêzes o nivel sonoro permitia conforto auditivo, até 50 dB(A), para seus usuários e quase sempre estavam em estado avançado de estresse (WHO, 1980; Babisch, 1991). Nos interiores da Biblioteca da Escola de Engenharia e do Auditório da Escola de Música os níveis de ruído chegavam a ultrapassar 80 dB(A) (Lmax), mostrando-se como lugares impróprios à reflexão, ao estudo, à pesquisa e à criação intelectual como se destinam, não se excluindo também os demais das outras escolas.

O nível de ruído nessas escolas, além de transgredir a Lei Ambiental, afasta-se ainda mais do ideal para a saúde, indo muito além dos valores recomendados pela ABNT (1987), baseados na WHO(1980), que é de 35 a 45 dB(A) para esses locais. O infrator principal é o tráfego, aliado à permissividade dos órgãos ambientais e a falta de planejamento ecológico.

III.2) EFEITOS DO RUÍDO URBANO NAS ATIVIDADES DE VIGÍLIA

Em qualquer horário o ruído elevado é pertubador. Um pulso de som de 90dB de apenas 20s desenvolve constrição periférica nos vasos sanguíneos quatro vêzes mais durável. Há perda de 30% da audição nos que usam "walkmen", toca-fita ou toca-disco 2 horas por dia a níveis próximos de 100 dB (Guilherme, 1991). Dr. Cataldo de BH tem constatado surdez súbita e irreversível em pessoas que assistem concertos de rock a mais de 100 dB, por efeito de vaso-espasmos no ouvido interno. A perda orgânica da audição pode ser causada não só por ruído industrial, mas também por ruído da vida diária como em jogos e lazer. Calcula-se que 10% da população do país possua distúrbios auditivos, sendo a rubéola respons vel por 20% dos casos (Melnick, 1980; Miziara, 1991; Celani et al, 1992). É comum encontrar-se o nível de 70 dB(A) no meio urbano, onde o brasileiro é obrigado a falar 30 vêzes mais elevado que o necessário, o que dificulta a comunicação, além de causar surdez ambiental (Pimentel-Souza, 1991b; Fiorini et al, 1992).

64% das pessoas tinham queixas de ruído ou vibrações na França em 1976-1977 (CERNE, 1979), época em que Paris possuia valores cerca de 20dBA menores do que em SP de hoje. Entretanto, A França depois disso tem adotado medidas rigorosas para combater o ruído adotando normas europeias mais rígidas, comuns na Inglaterra e Alemanha, tornando seus veículos automotores mais silenciosos e outras medidas, inclusive como resultado das pesquisas de um órgão, o CERNE, criado no Ministério de Transporte para dedicar parte substancial de seu trabalho aos efeitos da Poluição Sonora (Briet, 1992). 2/3 da população da Alemanha sente-se incomodada pelo ruído do trânsito e mais da metade pelo dos aviões (Lukassowitz, 1991). àsses valores são da mesma ordem de valor encontrado pela SMMA em BH, onde o nivel médio de ruído diurno embora maior, 70 dB(A) em 1988, encontra uma população mais tolerante (Alvares e Pimentel-Souza, 1992), enquanto as pessoas no exterior parecem mais sensíveis a níveis mais baixos, inclusive por necesidades ocupacionais mais delicadas e modernas.

Cantrell (1974) mostrou que descargas sonoras de 85 sôbre 70dB de fundo, nos períodos diurnos em forma de pulsos durante somente 3% do tempo, e só 50dB de fundo no período noturno, desencadearam, durante os 40 dias de experimento, um aumento do colesterol de 25% e do cortisol plasmático de 68%. Os pacientes eram jovens saudáveis de 20 anos, portanto os menos susceptíveis aos efeitos nocivos. Alguns efeitos do hipercortisolismo são diminuição dos linfócitos, do tecido linfático e da antitrombina e alta de trombócitos. Pelas reações fisiológicas conhecidas, a OMS considera então a 55 dB(A) o início do estresse auditivo (WHO, 1980). O estresse em estágios iniciais pode até ser usado beneficamente na medida em que funciona como excitante ocasional (Tufik, 1991). Mas, quando se torna crônico, êle começa a degradar o corpo e o cérebro, conduzindo à exaustão rapidamente (Bonamin, 1990). Nos trabalhadores tem sido constatado nesses últimos casos: efeitos psicológicos, distúrbios neuro-vegetativos, náuseas, cefaléias, irritabilidade, instabilidade emocional, redução da líbido, ansiedade, nervosismo, perda de apetite, sonolência, insônia, aumento da prevalência de úlcera, hipertensão, distúrbios visuais, alto consumo de tranquilizantes, pertubações labirínticas, fadiga, redução da produtividade, aumentos do número de acidentes, de consultas médicas, do absenteísmo etc (OIT, 1980; WHO, 1980; Gomes, 1989).

O excesso de colesterol produzido pelo ruído justifica resultados como os do recente Congresso na Alemanha em que populações, submetidas a níveis entre 60 e 70 dB(A), tiveram 10% a mais de infarte e entre 70 e 80 dB(A), 20% (Babisch, 1991). Infelizmente, este é mais um fator de risco da maioria das pessoas dêsse país, agravando doenças cárdio-vasculares e infecciosas, a recuperação dos enfermos em geral e tornando mais fácil o adoecer dos sãos. O estresse crônico e distúrbios do sono, provocados pela Poluição Sonora, se realimentam mutuamente, aumentando a nocividade de ambos. Mas há casos dramáticos, que nem podem mais esperar. Dentro dum Centro de Tratamento Intensivo (CTI) em uso com janelas fechadas do Hospital das Clínicas da UFMG um de nós verificou mais uma vez em dezembro de 1990 um nível de ruído excessivo de 60 dB(A) às 17h antes do máximo de Poluição Sonora. Até os médicos residentes do turno se queixavam. Esta é a condição de muitos CTIs da capital. Infelizmente, este é mais um fator de risco da maioria das pessoas dêsse país, agravando doenças cárdio-vasculares e infecciosas, a recuperação dos enfermos em geral e tornando mais fácil o adoecer dos sãos. O estresse crônico e distúrbios do sono, provocados pela Poluição Sonora, se realimentam mutuamente, aumentando a nocividade de ambos. Haveria necessidade de baixar pelo menos 20 dB(A) para se chegar aos 40 dB(A) recomendados. A mais eficiente solução seria reduzir as fontes sonoras de 120 vêzes. -Mas, como?

-Até que ponto parte dos 68% das infecções hospitalares em BH em 1989, considerados irredutíveis devido à queda da resistência imunológica, segundo Grupo Técnico de Infecções Hospitalares da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, podem ser atribuidos à Poluição Sonora? Como há maior susceptibilidade a gripes e dores de garganta sob estresse psicológico também deve-se esperar no auditivo (Cohen et al, 1991).
Apesar da crise econômica, para os empresários vale a pena investir contra a Poluição Sonora na sua emprêsa e na cidade, onde moram seus empregados e êles próprios. Seus quadros pouparão imediatamente desde energias física e cerebrais, acidentes no trabalho e na cidade, desperdícios etc e poderão ganhar em produtividade, humor, criatividade, melhor relacionamento etc, pois tudo começa no sono bem dormido e no conforto ambiental em todo espaço, onde vivem. Mas exigências de investimentos para proteção de barulho feitos em empresas geralmente terminam lá onde a capacidade de produção comercial e a concorrência podem diminuir o espaço (Lukasozitz, 1991)

2 comentários:

CURITIBA JAZZ MEETING disse...

Muito elucidativo este texto sobre os efeitos do ruído no organismo.
Acho que seremos bem mais calmos e saudáveis quanto mais procurarmos adequar os nossos espaços públicos( restaurantes, escolas ,escritórios) e privados , ao limite de ruído confortável ao ouvido humano.

Unknown disse...

Olá..
Sou educador musical, trabalhar com uma melhor qualidade de vida, na questão sonora é extremamente importante!!

Obrigado por isso!!

Conheça meu blog, também tento contribuir com essa melhora: http://tecnofagiadigital.blogspot.com/

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